Quais as diferenças do baixo e contrabaixo: guia completo!


Quando falamos nos graves em uma banda, pensamos instantaneamente nos instrumentos principais para preencher essas frequências: o baixo e o contrabaixo. São instrumentos fundamentais em qualquer tipo de música, por isso, vale a pena conhecer mais sobre eles e até mesmo estudá-los.

Contudo, existe uma diferença entre baixo e contrabaixo. Por essa razão, para começar nos estudos e até mesmo para comprar um ideal, é necessária uma visão geral para entender as distinções em termos de construção, de som e outras características.

Isso é o que vamos abordar neste guia. Se quiser aprender, não deixe de conferir nossas dicas.

Conheça como funciona o baixo

Primeiro, precisamos entender o seguinte: abordaremos dois tipos de baixo neste artigo, o elétrico e o acústico. Ambos são similares em termos de som, função em uma banda e até mesmo afinação das cordas. Contudo, são distintos em praticamente todo o resto. Os dois podem ser chamados de baixo e de contrabaixo, entretanto, uma divisão convencional seria: o elétrico chama-se de baixo, ao passo que o acústico é o contrabaixo.

Então, vamos começar falando do instrumento elétrico que é tão comum hoje em bandas modernas e nos mais diversos estilos da música popular. Do rock ao jazz, do samba ao forró, do folk ao country e funk: vemos sempre o modelo horizontal que é uma versão criada e idealizada no século 20.

O primeiro protótipo conhecido data de 1933. Paul Tutmarc foi o primeiro inventor que fez a façanha de imaginar um baixo do tamanho de um violino. Até então, o tamanho do contrabaixo que existia, o modelo que falaremos com mais detalhes adiante, era um grande problema. A versão de Tutmarc foi denominada de 736 Bass Fiddle e já tinha um corpo e um microfone.

Contudo, com o tempo, essa versão acabou por não ser tão difundida. Então, em 1951, Leo Fender resolveu adaptar o baixo que já era usado para uma versão horizontal, com trastes, que são as marcações para orientar o músico sobre a nota que é tocada. Por conta dessa facilidade dos trastes, Fender deu o nome de “precisão”, em inglês, “Precision”.

Então, surgiu, com um visual semelhante a uma guitarra telecaster, o primeiro baixo elétrico, o Precision Bass. Era um instrumento mais leve, fácil de carregar, com um som característico e acessível. Até hoje, é um modelo extremamente usado e adorado por baixistas do mundo inteiro.

Esse baixo foi perfeito para a evolução do blues, que já se tornava elétrico no fim daquela década. Em meados dos anos de 1950, outro estilo fez muito uso da versão elétrica: o emergente rock’n’roll. Além disso, essa versão dominou as versões mais novas do jazz também, principalmente a partir dos anos 70.

Função do instrumento

O baixo elétrico é um instrumento multifuncional em uma banda. Honrando a tradição do baixo de séculos atrás, ele é um bom componente para reforçar o ritmo, com auxílio da bateria. Contudo, ele também é uma conexão do ritmo com a harmonia da música, justamente por ser um instrumento que marca a sequência de acordes da música com notas.

Desse modo, o baixo anda muito próximo à guitarra, ao piano e ao violão. Ao mesmo tempo, deve estar preocupado com as marcações rítmicas e com o fluxo do ritmo com a bateria. Contudo, alguns baixistas conseguem ir além dessa função e desenvolver um lado ainda mais melódico. É o caso de grandes músicos como Paul McCartney e Geddy Lee, além de James Jamerson na soul music. Eles não só reforçam a harmonia e o ritmo, mas também trabalham com linhas mais elaboradas.

Existe também o baixo voltado exclusivamente para o ritmo, tocado de uma forma praticamente percussiva. É o jeito de tocar que segue a tradição de Larry Graham, que no fim dos anos 60 desenvolveu a técnica do slap. Ela consiste basicamente em atacar uma corda com o polegar e puxar outra corda com o indicador, a fim de gerar um som estalado e percussivo.

Características

O baixo elétrico é um instrumento que depende exclusivamente de amplificação para que seja possível ouvir o seu som. Sem isso, o som é praticamente nulo. Em um ambiente com um pouco de ruído, torna-se de fato nulo.

O som das cordas é amplificado por conta da parte elétrica, composta principalmente por captadores. Assim, quando conectado com um cabo, é possível ouvir o som do instrumento. Em modelos mais novos, os baixos contêm pré-amplificadores que permitem equalização e controle de timbre em dispositivos também embutidos.

O captador do baixo elétrico é crucial para gerar esse som. Existem três tipos mais comuns:

  • single coil: dois captadores simples, com 8 bobinas cada. Tem um som mais agudo e com muito ruído;
  • split coil: são captadores únicos, divididos em dois, que ficam juntos no corpo. Tem um som mais sólido e menos ruidoso;
  • humbuckers: captadores com muitas bobinas e uma potência sonora maior, bem como um som mais limpo.

Além disso, o baixo elétrico pode ser de 4, 5 ou 6 cordas. Os de 4 cordas são mais tradicionais (o primeiro era de 4 cordas) e apresentam uma afinação padrão semelhante ao contrabaixo acústico, E, A, D, G. Os de 5 cordas acrescentam uma corda B mais grave, ao passo que os de 6 acrescentam uma C mais aguda.

Existem outros modelos de mais cordas, mas os tradicionais e convencionais em lojas são esses.

Modelos

Existem diferentes modelos de baixo elétrico usados hoje. As diferenças dependem muito das marcas. Vamos discutir brevemente os mais comuns.

  • precision bass: com captadores split coil, tem um som mais roncado;
  • jazz bass: apresenta dois single coil, com um som brilhante e estalado. Bom para slap;
  • music man: caracterizado por humbuckers. Som mais potente e versátil;
  • fretless: som mais roncado, melancólico e ressonante por conta da falta de trastes;
  • baixolão: baixo com som acústico e formato de um violão;
  • hofner: baixo que parece um violino, por ser menor e mais compacto;
  • rickenbacker: tem um visual semelhante a uma máquina e um som roncado e forte característico;
  • ibanez: versátil, com diferentes configurações de captação. O visual não apresenta escudo.

Entenda as características do contrabaixo

O contrabaixo acústico é a versão mais antiga que, inclusive, influenciou a criação do modelo elétrico. Provavelmente, surgiu no século XV e, desde então, tem sido usado para muitas propostas musicais mais tradicionalistas, bem como no jazz. Surgiu primeiro uma versão de três cordas, que foi aperfeiçoada para a de 4 cordas que conhecemos até hoje.

Como sua aparência denuncia, o contrabaixo é da família de outros instrumentos de cordas sinfônicos, tais como a viola, o violoncelo e o violino. É o maior deles em termos de tamanho e o mais grave, descendente da viola da gamba. Assim, como a versão elétrica, é um instrumento que começou com uma função de preencher as camadas graves, reforçando as linhas do cello.

Contudo, com o tempo, o instrumento também ganhou mais proeminência e se tornou mais melódico e até mesmo solista. Há muitos exemplos de baixistas famosos do jazz, como Charles Mingus, que são líderes de banda. Diferentemente do modelo de Leo Fender, o contrabaixo, geralmente, era tocado com um arco, que serve para friccionar as cordas e gerar um som característico como os outros instrumentos de sua família.

No entanto, eventualmente, desenvolveu-se uma forma especial de tocar, que se tornou muito comum na música popular: com os dedos, o famoso pizzicato, que é uma técnica usada no elétrico também. Com o dedo, obtém-se um som mais ríspido e um tanto percussivo, com um som de cordas bem proeminente. Com o arco, a identidade muda totalmente para algo mais clássico, tradicional e ressonante, muito parecido com o violino e cello. Essa variedade é algo que não existe na versão mais moderna.

Além disso, o pizzicato acrescenta algumas frequências mais agudas ao som e se tornou fundamental para o som do baixo popular, principalmente no jazz. Nesse estilo, é muito comum utilizar a técnica do walking bass, que consiste em delinear os acordes com as suas notas tocadas em sequência, no ritmo rápido da bateria e percussão. Assim, o instrumento desenvolve a noção harmônica e rítmica da música ao mesmo tempo, da mesma forma que comentamos sobre o baixo.

Características

O contrabaixo acústico é formado por uma ponte, uma caixa de ressonância, um braço e uma voluta. A ponte é a parte de baixo, onde as cordas ficam presas; a caixa é por onde sai o som; o braço é onde estão as casas e onde os músicos pressionam as cordas para obter o som; e, por fim, a voluta é a parte onde se afina o instrumento. A afinação, aliás, é similar à do baixo elétrico: E, A, D, G.

Por dentro da madeira do corpo, existe o cavalete, o tampo e a alma. O som passa por essas três partes antes de ressoar por meio dos espaços de clave na parte frontal do instrumento. Uma das características mais marcantes, certamente, é o fato de não apresentar trastes. Dessa forma, o instrumentista deve pressionar a nota exatamente no ponto certo, sem a ajuda das peças de ferro que servem como um norte em instrumentos de cordas modernos.

Assim, é muito comum utilizar uma técnica chamada de vibrato, de modo a gerar um som que varia entre notas, e o slide, que consiste em transitar suavemente de uma nota para outra.

Veja as diferenças entre o baixo e o contrabaixo

A forma de tocar é bem distinta do baixo elétrico: o contrabaixo é usado verticalmente, com a mão direita tocando na ponta do braço. O elétrico é horizontal, como a guitarra, e geralmente é usado com a mão direita na região do corpo, mais próximo da ponte.

O contrabaixo naturalmente é acústico, então, já apresenta um som natural; ao passo que o elétrico precisa de amplificador. Como já mencionamos, o contrabaixo é também mais caro e mais difícil de carregar por vários lugares. Ao passo que a versão elétrica é acessível e fácil de transportar com cases.

Saiba como escolher entre esses dois instrumentos

Nesta seção do artigo, vamos refletir sobre as diferenças entre o acústico e o elétrico, a fim de ponderar sobre como deve ser feita essa escolha. Inicialmente, a primeira análise é a do preço e da necessidade de uso. Os contrabaixos são instrumentos pesados, difíceis de lidar e de manusear. Por isso, são também mais caros e mais difíceis de encontrar. Em casa, devem ser guardados com muito cuidado, em um local que ofereça o devido espaço. Como já falamos, a sua versão elétrica é bem diferente.

Também, pode ser analisado o estilo de música que você toca. A versão acústica é muito usada em música clássica e em algumas formas de jazz, como o swing e cool jazz, conferindo uma característica única e particular a esses gêneros. Por outro lado, o baixo elétrico é ideal para quem procura versatilidade na música popular moderna: é usado no rock, no jazz, no blues, no forró, no country, no folk, no gospel, entre outros.

É preciso pensar bem em como o instrumento vai se encaixar na proposta sonora que você vai explorar. Pense também no que falamos sobre a função do instrumento: é mais harmônica? Melódica? Ou percussiva e rítmica? Você vai precisar de maior potência ou de um timbre mais característico mesmo? Pense nas condições que tocará, ou seja, em termos de equipamentos auxiliares de áudio também.

Além disso, você pode optar por um baixo de 4, 5 ou 6 cordas para satisfazer suas necessidades. O de 4 cordas é ideal para jazz, rock, blues, bem como funk e gospel. O de 5 é muito usado em alguns subgêneros do jazz, bem como rock progressivo. Já o de 6 cordas é usado em contextos de baixo solista, bem como em gêneros brasileiros como o forró. A depender do modelo, você consegue configurações elétricas diferentes também.

Outra questão a verificar é se você será um músico focado em estúdio ou em shows ao vivo. Para turnês, o modelo elétrico é mais interessante, por facilitar a logística. Já para projetos de estúdio, o modelo acústico funciona bem em alguns casos.

Além de tudo isso, é interessante procurar pela disponibilidade do instrumento, por valores oferecidos e por uma loja confiável para fazer a compra. O ideal é contar com uma empresa de qualidade, com uma boa reputação e que lide com marcas relevantes. Assim, escolher o instrumento musical se torna uma tarefa mais fácil.

Como vimos, o baixo e contrabaixo são instrumentos bem similares, mesmo que com algumas diferenças importantes. São usados em contextos totalmente diferentes, embora sejam fundamentais para reforçar os mesmos aspectos em termos de harmonia, melodia e ritmo. Para comprar um instrumento musical como esse, você deve analisar os fatores que falamos, escolher o melhor e procurar uma boa loja para isso.

Agora que você já sabe mais sobre isso, visite o nosso site e confira as nossas opções de produtos.

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1 comment

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  1. 1
    José Cortes Rolemberg Filho

    Gostei muito de sua aula. Embora toque sax tenor e alto, gostaria de sabe, qual contrabaixo acústico ou elétrioo, TEM O SOM MAIS GRAVE. Grato pelo retorno.

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