Trítono – “diabulus in musica’


O trítono proporciona uma das mais complexas dissonâncias da música ocidental, transmitindo a ideia de movimento, instabilidade. Quando essa tensão não é resolvida em um acorde de repouso, imprime a sensação de angústia, aflição. Por isso, muitas melodias de suspense de filmes de terror contêm apenas duas notas.

 

O VII grau

O VII grau das escalas maiores e menores na forma harmônica separa-se do VIII (I) grau por intervalo de semitom. São chamados de sensíveis.

 

EXEMPLO 1

EXEMPLO 2

 

 

O VII grau das escalas menores nas formas pura e melódica descendente separa-se do VIII (I) grau por intervalo de tom. São chamados de subtônicas.

 

EXEMPLO 3

 

Trítono

Chama-se trítono ao intervalo entre duas notas formado por três tons inteiros (4ª aumentada ou 5ª diminuta).

É encontrado entre o IV e o VII graus das escalas maiores e entre o IV e VII e o II e VI graus das escalas menores harmônicas.

 

EXEMPLO 4

 

Uma coisa importante a se destacar é o efeito cromático produzido pelo trítono. A resolução da tensão causada por ele é resolvida, geralmente, encaminhando suas notas um semitom acima e abaixo.

Durante algum tempo, o trítono foi proibido pela igreja ocidental por causar demasiado efeito de tensão. Essa dissonância era vista pela igreja como maligna, pois se acreditava que a perfeição de Deus era traduzida por sons harmônicos (e não desarmônicos como o trítono).

Esse conceito fez que, na Idade Média, o trítono recebesse o nome de “diabulus in musica“, sendo expressamente proibido de ser reproduzido. Mais tarde, esse conceito foi superado por compositores, que descobriram meios para justificar sua utilização e percebeu-se que aquela definição não tinha embasamento.

 

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