ENTREVISTA Douglas Las Casas grupo Três de Paus


Yamaha Musical do Brasil:

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Entrevista:
é um dos grandes nomes do cenário musical brasileiro. O músico se destaca por já ter excursionado com artistas como Henrique Portugal (Skank), Fernanda Porto, Wilson Simoninha, Chitãozinho & Xororó, Zeca Baleiro, Chico César, Ângela Ro Ro, Funkacid, Jairzinho, Jessé, Jamelão, Luíza Possi.

Seus mais recentes trabalhos estão ligados ao , com o qual realiza show de música instrumental pelos bares e casas de shows do País, e um novo CD também de música instrumental que se encontra em fase de pré-produção.

O músico esteve presente na NAMM Show (importante evento de música que participou em Los Angeles) e divide a experiência em entrevista à Yamaha . Las Casas também comentou sobre o mercado brasileiro para os novos músicos perspectivas para o futuro.

Nesta entrevista o músico fala um pouco sobre o mercado brasileiro para os novos músicos, a NAMM Show – um dos mais importantes eventos de música, no mundo, que acontece anualmente em Los Angeles – e perspectivas para o futuro.
1 – Quais foram suas principais influências musicais?
Gosto muito quando me fazem essa pergunta, pois o que tenho como influência, não é apenas o músico, e sim o estilo que cada um toca. Eu procuro fazer uma seleção dos 10 melhores dentro de cada estilo: Jazz, Latin, Funk, Pop, Rock, Música Brasileira, Fusion, especialistas em gravações, Gospel, entre outros…
O próximo passo é estudar a linguagem de cada estilo com os melhores de cada estilo. Por isso se você só ouve um batera o tempo todo, e acha que ser igual a ele vai resolver sua vida musical. Lamento te dizer, mas não vai!!!
2 – Você gosta muito de música instrumental, é mais trabalhoso preparar um CD só com este tipo de música? Quanto tempo leva para finalizar este projeto?
Penso eu que independente do estilo que você toque, passar pela música instrumental é obrigatório. Veja que todos os grandes músicos que são considerados top de linha, que acompanham grandes artistas, vieram da música instrumental. O prazo mínimo pra gravar um CD/DVD de música instrumental é de dois anos, pois como o mercado é muito seletivo e restrito, você precisa desse tempo pra poder trabalhar, divulgar e fazer os shows desse CD.
3 – Você já gravou três cd´s instrumentais, tem planos para um novo CD?
Sim, já estamos em fase de pré-produção. Como digo sempre, o Três de Paus adora gravar e tocar músicas de grandes artistas brasileiros que levam a música nacional para fora do país. Já tocamos e gravamos músicas de João Bosco, Ivan Lins, Milton Nascimento entre outros, e agora para o próximo CD/DVD, estamos fazendo uma homenagem a um grande percussionista/compositor brasileiro que mora fora do país a mais de 40 anos, Airton Moreira, que tocou até com Miles Davis, Chick Corea, Harbie Hancock, Flora Purin .
4 – Você acompanhou grandes nomes da MPB. Tem alguma história que marcou mais?
Não vou contar uma história, e nem um “causo”. Deixo aqui meu site, pois lá eu conto alguns “causos” bem engraçados: www.douglaslascasas.com.br. Tocar com alguns artistas sempre foi muito legal, assim pude ganhar uma grana, viajar, conhecer lugares e fazer um pé de meia. Mas o que digo sempre é: nunca se esconda atrás desse artista, ou seja, nunca seja o batera desse ou daquele artista, seja sempre você.
5 – Em janeiro você esteve na NAMM SHOW, em Los Angeles. O que viu de mais interessante?
A coisa mais interessante que vi, foi o respeito como eles tratam os músicos e a música brasileira. É impressionante como eles admiram a nossa música, pois não sabem fazer igual. Haviam vários músicos importantes tocando na NAMM, mas quando eles ouviam os nossos ritmos com essa cara de Jazz, o que eles chamam de Brazilian Jazz, modéstia parte, quase virei rei.
Fui convidado a tocar em vários estandes, fiz uma mini clínica dentro da própria NAMM, também fez um Masterclass em uma escola de bateria, fui presenteado com muito, mas muito equipamento mesmo, e acabei dando aula pro dono da cadeira de bateria do Musician Institute, onde ele havia convidado pra esse encontro nada mais, nada menos que Dennis Chambers.
6 – Há quanto tempo você é endorsee da Yamaha? Como é ter o suporte e a ajuda da marca Yamaha na sua carreira?
Sou Endorsee da Yamaha há quase 12 anos. Pra mim é um privilegio e uma honra poder representar com minha arte uma marca como a Yamaha. Um do melhores instrumentos do mundo, com um som incrível, um timbre perfeito e uma afinação impecável. Meu nome cresceu muito ao lado da marca, pois quando ela chegou ao Brasil trazendo suas baterias, eu fui o primeiro a ser chamado pra fazer parte desse time. É lógico que sempre procurei ser muito correto e ético em minha profissão.
7 – Como você está vendo o mercado profissional hoje em dia?
Estou um pouco preocupado com o caminho que a música está seguindo, pois vejo estudantes de música muito mais preocupados com a velocidade, malabarismos, postura, business, patrocínios que podem ter, do que realmente com o que interessa, que é a música.
Está tudo tão de ponta cabeça, com essas inversões de valores, que a música tem ficado muito mecânica e racional, e estão esquecendo de tratá-la com mais carinho, dedicação e paixão. Por exemplo: no Brasil todo mundo quer tocar pedais duplos, mas aviso que isso é normal nos Estados Unidos. Eles ficam impressionados como nós tocamos os nossos ritmos e nos perguntam “como fazemos isso”… Não adianta pensar em malabarismos e sim com a nossa música, nossos ritmos, pois nisso eles são leigos demais.
8 – Tem algum conselho para se tornar um bom baterista?
Não desista nunca, não pare de estudar nunca, pois se você realmente quer chegar a algum lugar, serão necessárias muitas horas de dedicação e estudos diários. Aprenda a pesquisar, aprenda a descobrir: o onde, o como, e o porquê, de cada estudo, pois só assim você deixará de ser um baterista que apenas faz um monte de métodos e que pensa “baterísticamente”, para passar a ser um baterista que pensa musicalmente. Seja um neurótico com seus estudos, cds e DVDs. Pense no seu som 24 horas por dia.
Então fica aí o pensamento: “Pense bem se é isso que você quer mesmo, pois se decidir entrar nesse mundo dos instrumentistas, vai ter que estudar muito pro resto de sua vida!!!”.

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