Dicas e macetes para tocar ao vivo


page1_blog_entry7_1Em shows de pequeno, médio ou grande porte, o bom funcionamento de meros detalhes, muitas vezes, garante performances sem problemas

Performances ao vivo englobam desde o simples fato de fazer um happy hour ao piano até um show com banda completa em uma casa de grande porte. Em qualquer dos casos, detalhes e cuidados são essenciais para evitar problemas. O menor contratempo pode destruir todo o trabalho que foi ensaiado e até causar atrasos de grande proporção.

 

Condições gerais

Primeiramente, ao fechar um show ou evento, faça as seguintes perguntas aos contratantes:

  • Que equipamento o local possui: caixas, retorno, mesa de som etc.;
  • Existe técnico?;
  • Capacidade (número de pessoas na lotação do local);
  • Localização;
  • Horário para passagem de som ou montagem;
  • Nome, telefone e celular da pessoa responsável pela música no local;
  • Alimentação;
  • Se existe uma lista para convidados do músico ou número de liberações de couvert;
  • Desconto e consumo dos músicos;
  • Camarim ou local similar.

 

Horários

Um ponto muito importante a ser citado, principalmente em se tratando de bandas, é a necessidade de tempo e tranqüilidade para chegar ao local, montar e passar o som. Se existe um horário pré-estabelecido para a passagem de som, planeje ou conte com 40 minutos antes do estipulado (por conta de trânsito, pneu furado, esquecimentos etc.). Atrasos são comuns em cidades grandes. Montagem e passagem de som perto do horário do evento devem ser precisas, de modo que sobre tempo para todos respirarem e acertarem detalhes de última hora, como uma provável modificação no set list.

 

11860369_5f7cd3b76a_z-570x427Montagem

Ela deve ser de forma calma, também obedecendo a uma sequência lógica. Primeiro, a montagem e a verificação da estabilidade de sua estante. Se ela é do tipo Stay, Ultimate ou similar, os três pontos de suporte devem obrigatoriamente estar com as ponteiras de borracha; do contrário, ela andará e você corre o risco de protagonizar uma cena já vista muitas vezes: os teclados caem e podem até ficar danificados. Ainda falando desse tipo de estante, os braços que sustentam o instrumento têm de ficar encobertos pelo teclado, isto é, sem sobra: esbarrões nesse braço acontecem e machucam a mão.

Após a montagem de sua estante faça as ligações elétricas (tomadas com jogo tendem a desligar em algum momento; use filtro de linha, se possível.) Logo após vêm as ligações MIDI, se existirem. Verifique os sinais e veja se está tudo perfeito. Por fim, realize a ligação de áudio.

 

Passagem de som

O mapa de palco (papel em que as bandas descrevem todo a disposição do equipamento necessário – áudio e instrumentos – e o posicionamento dos próprios músicos) somente é usado por artistas, normalmente de renome, que trabalham com contratantes em diversos locais do País. Portanto, é desnecessário e até improvável que um mapa de palco seja respeitado dentro dos padrões citados acima.

A passagem de som normalmente – mas não obrigatoriamente – obedece a uma seqüência lógica: bateria e percussão primeiro; baixo, guitarras e teclados, sopros e, por último, voz. Não faz sentido você “subir” a voz primeiro, pois a ordem diz que, se seus instrumentos estiverem equalizados – e uma passagem instrumental dirá isso –, certamente será mais fácil ajustá-la com os mesmos já alinhados.

 

Volume e efeitos

Quando chegar sua vez de passar o som, deixe os volumes na metade. Não passe disso. Lembre-se de, anteriormente, ajustar os níveis dos timbres de forma independente. Metais têm de ficar bem mais altos que os demais instrumentos. As camas e cordas leves, um pouco abaixo do volume dos metais. E os órgãos ligeiramente abaixo das camas. Tenha dois timbres de piano com níveis diferentes e, se possível, repita o procedimento com os elétricos. Se seus sons já têm efeitos, peça ao técnico (se houver) que não os coloque para você.

 

Timbres

É praticamente impossível obter uma equalização perfeita de todos os instrumentos em um único canal. Se você possuir mais de um teclado ou mais de uma saída, o ideal é separar pianos e cordas dos metais e órgãos em dois canais diferentes da mesa. Se você utiliza diversos timbres e mudanças, o ideal é colocar todos em seqüência de uso, de acordo com o set list, em um memory card. Se isso não existir no seu equipamento, você pode usar os user banks e, por meio de mudanças de posição dos timbres, colocá-los em sequência como mencionado acima.

Peça ao técnico tudo aquilo de que você precisa para que seus timbres soem da forma desejada, pois ele não sabe muito a respeito da sensibilidade das teclas de seu teclado, que influi tanto no volume quanto nos timbres. Evite desentendimentos com os técnicos, pois, às vezes, há aqueles que misturam ressentimentos com sua função profissional, podendo influir negativamente no seu som.

Após a passagem, você poderá deixar seu teclado ligado se for tocar em pouco tempo. Caso contrário, ligue-o com antecedência e o deixe pronto para a execução da primeira música. Se sua banda utiliza sequencer ou pistas de playback, deixe-os para o baterista disparar e cuidar dessa parte.

Fones para acompanhamento de playbacks com cliques somente são obrigatórios para os bateristas; para baixistas e tecladistas, são opcionais.

 

Eventos

Os músicos costumam denominar como eventos apresentações nas quais se colocam como contratados na função de animar e (ou) executar músicas determinadas pelo contratante. Exemplos de alguns tipos de evento: casamentos, coquetéis, feiras, inaugurações etc. Para as performances em eventos, todas as dicas citadas acima podem ser utilizadas. Mas outros detalhes devem ser seguidos, uma vez que sua função é seguir o que o contratante deseja:

  1. Pergunte o tipo de evento, traje, público-alvo e número de pessoas;
  2. Saiba exatamente que tipo de música e altura são desejados pelo contratante;
  3. Acerte o preço e a forma de pagamento;
  4. Pianistas devem verificar o estado do piano ou perguntar a respeito;
  5. Chegue o mais cedo possível;
  6. Não beba.

 

Tocando fora de sua cidade

Se você for viajar, os quesitos tempo e tranqüilidade são imprescindíveis. Uma gig fora de casa requer planejamento e acertos, se houver contratante. Quando se toca em outra cidade, mesmo sem pernoite, o contratante tem de fornecer acomodações para descanso, banho e troca de roupas. Em caso de pernoite, acomodações e alimentação devem estar asseguradas e verificadas antes das apresentações.

O equipamento de áudio normalmente é fornecido pelo contratante mediante a apresentação de uma lista do que é julgado necessário. O transporte pode e deve ser negociado com o contratante. Normalmente, uma van não onera o orçamento.

 

332600000000154-00-500x500Pequenas coisas importantíssimas

  • Teste seus cabos antes de sair de casa;
  • Aquele amigo que conhece o som da banda é a pessoa ideal para ter uma referência durante a performance; ele pode dizer se está ou não soando bem;
  • Não “encha a cara” durante o show;
  • Qualquer problema ou dúvida de afinação deve ser checada no teclado: ele possui afinação perfeita e imutável, diferente dos afinadores à bateria;
  • O set list deve ser feito em função de mudanças de timbres e, quando estas demoram, um pequeno texto ou falar com o público ajudam a ganhar alguns segundos;
  • Toda e qualquer desavença deve ser resolvida fora dos olhares do público e do contratante. Não olhe feio para ninguém no palco, pois o público percebe.

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