Geradores de som, sintetizadores e samplers virtuais


SharpAngle4Sintetizadores, samplers e outros instrumentos virtuais à disposição de quem quer produzir com qualidade

Ferramentas primárias para criação de música, os geradores de som são para o músico e produtor como a tinta do pintor e as letras do escritor. Cada vez mais acessíveis e tecnologicamente superiores, proporcionam liberdade criativa quase ilimitada, na forma de sintetizadores e samplers virtuais. Mas é bom lembrar de que o melhor editor de texto de nada adianta, se não se sabe escrever à mão.

Há, basicamente, duas formas de gerar o som necessário para a criação musical. A primeira – e mais tradicional – se dá na forma de captura e transformações de energia. Em português claro: instrumentos acústicos produzem vibrações que geram som. Esses são “capturados” por equipamentos específicos, que traduzem a pressão gerada no ar em energia elétrica que, depois, será novamente transformada em som. Velhos conhecidos, esses equipamentos são chamados de microfones. Uma vez capturado, o som pode ser armazenado de diversas formas, desde a “antiga” gravação em fita magnética até os sistemas digitais dos dias atuais.

A segunda se dá com a criação do som sem dependência do meio externo (necessário aos instrumentos acústicos). Pode ser por geração via corrente elétrica (sintetizadores analógicos), manipulação de dados armazenados em memória (sintetizadores digitais), fórmulas matemáticas e linguagem binária, uso de computadores e processadores digitais ou, ainda, com a combinação de vários métodos. A essa criação se dá o nome de síntese, e aos equipamentos que a utilizam, chamamos sintetizadores.

A partir da primeira, foram criados equipamentos que utilizam essa captura e armazenamento, surgindo outras possibilidades de molde do som ao combinar os sons registrados com o poder de manipulação oferecida pelas técnicas de síntese. Surgiram assim os samplers (o termo sampler vem de sample, ou amostra) que ajudaram a mudar a forma como a música é feita até hoje.

roland-boutique-7Aliás, assim como na moda, a música também passa por tendências de resgate de certas épocas. E isso influencia de maneira incrível as ferramentas utilizadas no processo de criação. Até certo tempo, o sampler era ferramenta indispensável no mundo pop, principalmente nos artistas mais diretamente influenciados pela cultura hip hop, como o famigerado Puff Daddy e seus hits que nada mais eram do que riffs famosos com batidas por trás. The Police, Led Zeppelin, e muitos outros foram “homenageados” pelo rapaz.. Kanye West e seu hit, “Touch The Sky”, também se apoderaram de Curtis Mayfield. Obviamente, a técnica também é utilizada de forma mais interessante por outros, como é o caso de DJ Shadow, Dust Brothers e DJ Premier. Até Madonna, com ajuda do produtor Stuart Price (Les Rythmes Digitales) fez sua homenagem ao ABBA, o que a levou aos primeiros lugares das paradas. Os mais antenados já perceberam que a tendência agora é meio oitentista, meio electro (estilo de música eletrônica que iniciou nos anos 70 com os alemães do Kraftwerk) com pitadas nada homeopáticas de synth pop (estilo bem anos 80, que gerou obras primas por parte de bandas como Depeche Mode e New Order, entre outras). Samplers? Nem pensar! Só se for para carregar com timbres de drum machines daquela década. A ordem da vez é o uso de sintetizadores. E, de preferência, analógicos. Pode até desafinar charmosamente, como no novo hit “Salmon Dance”, da Dupla Chemical Brothers, mas tem que ser “gordo”.

reface-Series-on-TableA indústria de instrumentos cada vez apresenta mais alternativas aos antigos analógicos, bem mais baratas (ou caras, dependendo do brinquedo) e fiéis aos sons vintage. São os chamados sintetizadores Virtual Analog ou V.A.s – no caso, pura nomenclatura, visto que não são virtuais no sentido software – e são as vedetes de quem produz música que possua o mínimo de elementos eletrônicos (no mundo pop atual, quase todos).

O melhor na lei de oferta e procura é o benefício do consumidor, que com muitas alternativas, acaba tendo maior poder de escolha e, muitas vezes, menor preço. É o caso dos sintetizadores e samplers virtuais (softwares realmente). Nem todos têm a condição de possuir um sintetizador topo de linha – muito menos se forem analógicos reais (verdadeiros itens de coleção e devoção, apesar dos VAs estarem cada vez mais acessíveis e realistas).

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